Embora a sala de aula hoje guarde muitas semelhanças com a sala de aula de 20 anos atrás, a educação tem se transformado num ritmo que muitas vezes não percebemos. Ainda há o professor ensinando na frente da sala e os alunos sentados em fileiras organizadas, mas nos bastidores profissionais da educação já se preparam para uma pequena revolução na forma como se ensina e se aprende. Iniciativas aplicadas ao sistema de ensino nas escolas do Brasil e do mundo têm alcançado cada vez mais repercussão. Você já ouviu falar da educação 3.0 e da escola 3.0?
A Educação 3.0 promete ser um elemento transformador da educação e, consequentemente, de toda a sociedade, a Escola 3.0 é parte fundamental dessa transformação. Siga com a leitura deste artigo e veja como a educação está evoluindo junto com a tecnologia.
Educação 3.0 e os desafios do futuro
Para compreendermos bem o que é Educação 3.0, é preciso voltar algumas casas para trás. Se a educação é 3.0, o que seriam a educação 1.0 e a 2.0?
O termo “Educação 3.0” foi criado pelo professor James G. Lengel, da Universidade de Boston, nos EUA, no livro “Education 3.0: 7 steps to better schools” (em português, “Educação 3.0: 7 passos para escolas melhores”). O conceito pressupõe, é claro, a superação dos modelos 1.0 e 2.0, ou ao menos a predominância sobre estes. Assim, vamos primeiramente defini-los.
Educação 1.0
Trata-se do primeiro modelo de ensino-aprendizagem levado a cabo pelo ser humano. Representa o padrão educacional que perdurou por milhares de anos, com a presença de um professor (mestre) e um grupo pequeno de estudantes ou apenas um. Nesse modelo, a educação é vista como algo importante apenas para uma parte da sociedade, uma elite formada por nobres, filósofos e intelectuais.
Esse tipo de educação restritiva e elitista funcionava bem, mas não era capaz de atingir as grandes massas, o que diminuía o impacto social do ensino. Surgiu, então, a necessidade de se desenvolver um novo modelo.
Educação 2.0
A partir da Revolução Industrial, o mercado de trabalho passou a buscar um novo tipo de profissional, o que levou à necessidade de universalização do ensino. Reconheceu-se que todo cidadão tinha direito à educação, e nesse contexto surgiu a Educação 2.0, não mais restrita a uma pequena parte da sociedade, mas ampla e abrangente. Nesse modelo um professor passou a ensinar dezenas de alunos ao mesmo tempo, formando as classes.
Com essa universalização – ou pelo menos uma abrangência muito maior do ensino – a educação passou a seguir padrões, e assim surgiram diretrizes e políticas relativamente comuns às escolas. Dessa forma, ao mesmo tempo que aumentou muito o acesso à educação, cresceram também os problemas relacionados à escolarização, como dificuldades de aprendizado. Em seu esforço universalizante, a educação passou a ter dificuldade em lidar com a individualidade do estudante, seus anseios, desafios e particularidades.
Educação 3.0
Agora chegamos à Educação 3.0, o modelo pensado para o século XXI. O grande fator de transformação aqui é a justamente a internet, bem como o desenvolvimento da tecnologia digital. Velhos paradigmas educacionais estão sendo colocados em xeque, em especial a ideia de professor como “detentor” único do conhecimento.
Na era da informação, a busca por conhecimento ultrapassa os limites das escolas. Estudantes e profissionais do mundo todo podem buscar na internet a resposta para suas dúvidas, em inúmeros conteúdos produzidos por pessoas do mundo todo, assim a ideia do professor como detentor único do conhecimento tem perdido força.
A democratização do conhecimento, porém, não diminuiu a importância do professor. Pelo contrário, ele adquiriu novos papéis, especialmente de guia, orientador e motivador da jornada do conhecimento.
Escola 3.0
A escola é parte fundamental dessa transformação. Além de oferecer a estrutura, a escola precisa compreender as transformações para que a tecnologia seja uma aliada do ensino, e não um mero fetiche para impressionar pais de alunos. Como o padrão 3.0 ainda é muito novo, estamos ainda na fase de transição e adaptação. Veja a seguir as características principais da escola do século XXI.
Participação ativa e protagonismo dos alunos
Nesse novo modelo em que os estudantes têm mais autonomia para buscar o conhecimento em outras fontes, eles podem avançar no próprio ritmo. As turmas então podem ser mais heterogêneas, com alunos em diferentes estágios de conhecimento. A ideia de protagonismo do aluno lhe dá mais liberdade para participar de projetos que realmente lhes interessem e os deixem fascinados pelo aprendizado. Autonomia e responsabilidade, nesse caso, andam juntas.
Gamificação no ensino
É sabido que jogos são motivadores, estimulam o raciocínio, geram envolvimento e fortalecem a sociabilidade. Dessa forma, a tecnologia traz a gamificação para o ensino, ou seja, a possibilidade de usar jogos como meio de aprendizado e desenvolvimento cognitivo. Ao serem desafiados a cumprir determinado objetivo, como num jogo, os estudantes elevam seu interesse pelas disciplinas e cria-se uma ótima oportunidade de interação real com o conhecimento.
Aplicar a gamificação nas atividades escolares possibilita não apenas utilizar jogos prontos, mas também criar os próprios jogos, condizentes com a proposta pedagógica e os objetivos de cada disciplina.
A Escola 3.0 começa a estabelecer novos modelos de interação entre alunos e professores, mostrando que o mundo atual trouxe novas demandas de atuação educacional e a necessidade de trazer a inovação para a sala de aula.
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